O passeio de trem na serra do mar entre Curitiba e Morretes é uma das principais atrações do estado do Paraná. Apesar de eu já morar a uns bons anos em Curitiba e ter viajado para todos os cantos do país. Esse era um passeio que ainda estava faltando na minha lista, e ele estava bem aqui pertinho de mim.
Esta linha férrea já foi o principal meio de locomoção das pessoas entre Curitiba e Paranaguá antigamente. Havia diversos horários ao dia em que os trens subiam e desciam a serra e os preços eram relativamente baratos. O trem também fazia paradas em cidades como Piraquara, Morretes, Antonina e Paranaguá, além de outras estações que haviam pelo interior.
Hoje em dia, somente o trem turístico da Serra Verde Express transporta passageiros. O trajeto já passou por Antonina e Paranaguá, mas atualmente se restringe entre Curitiba e Morretes. No site deles, encontramos toda as informações sobre os tipos de vagões e tudo que está incluso em cada pacote.
O passeio de trem sentido Curitiba a Morretes, inicia na parte da manhã. as 08:30, saindo da estação ferroviária atrás da rodoviária de Curitiba, na região central da cidade e chega em Morretes próximo as 13h. O passeio tem duração de pouco mais de 4h.
Já o passeio Morretes a Curitiba parte as 15h da estação de trem de Morretes, chegando em Curitiba por volta das 19:30. A duração do passeio é praticamente a mesma, porém esse sentido geralmente tem menos gente, pois geralmente as pessoas estão em Curitiba e escolhem descer já com o trem.
Qual pacote escolhemos?
Apesar da Serra verde oferecer diversos pacotes, não só o passeio de trem, como por exemplo tour por Morretes e Antonina, almoço com o famoso barreado, além do transfer de volta. Nós escolhemos apenas o passeio de trem. Afinal, já conhecíamos Morretes e a região, nos faltava apenas o passeio de trem.
O sentido que escolhemos foi o passeio de trem partindo de Morretes a Curitiba. O principal motivo da nossa escolha, era pegar o pôr do sol no final do passeio. Além de pegar um trem mais vazio, já que a maioria desce de Curitiba como comentei anteriormente.
A classe escolhida foi a Turística mesmo, é a mais simples ofertada, mas que para nós atendia perfeitamente o que buscávamos. Único problema é que não tinha a opção de escolher os assentos. Eles são marcados automaticamente e não tem como saber qual lado do trem é, somente na hora que embarcamos no vagão.
Por sorte nosso bilhete era do lado direito, onde fica a melhor vista. Mas como o vagão não estava lotado, a gente pode ficar mudando de lado e observando o melhor de cada lado. Agora se a sua escolha for descer de trem para Morretes, o melhor lado é o esquerdo.
O que ganhamos?
Independente da classe do vagão escolhida para o passeio, sempre tem um kit lanche. Claro que quanto maior a classe do vagão mais sofisticado é. Na classe turística que foi a que pegamos, recebemos uma caixinha que continha umas bolachas de água e sal, bolachas gotas de chocolate e uma barrinha de goiabinha. Para beber tinha a opção entre água ou lata de refrigerante.
Havia também vendedores que passavam frequentemente pelos vagões oferecendo mais bebidas ou snacks, porém pagos a parte. A guia também vendia itens de lembrança da viagem, como canetas, baralhos, copos e outros itens.
Também recebemos um mapa turístico da serra mostrando os 34 principais pontos de interesse do passeio. Em cada vagão também há um guia que vai contanto a história e curiosidades sobre a serra e o passeio em si. Antes de cada ponto de observação, a guia nos dizia qual era e para qual sentido deveríamos olhar.
Passeio de trem Morretes a Curitiba: Como é?
O embarque foi bem organizado, sendo realizado por vagão. Cada vagão tinha alguém com uma placa indicando seu número. Já o passeio iniciou com quase 20 minutos de atraso. Ainda no seu início, houve uma parada de quase 20 minutos, pois havia outro trem cargueiro descendo e tivemos que esperar. Aliás, esse é o principal motivo do passeio ser tão longo, ao todo tivemos umas 4 paradas assim longas, seja por haver outro trem no sentido oposto ou até o aquecimento dos trilhos.
O trem se locomove entre 25 e 35km/h, durante o trajeto de praticamente 4h, passamos por nada menos que 13 tuneis. As estações de Morretes e Curitiba estão distantes por aproximadamente 80km.
No início do trajeto a vista mais interessante foi do lado esquerdo, onde conseguimos ter uma vista do complexo Marumbi, um dos conjuntos de montanhas mais famosas da serra do mar. Nela podemos observar o monte olimpo, a mais alta das montanhas do complexo com 1539m de altura.
Apesar da paisagem muito bonita, a guia as vezes errava o timing dos pontos de observação, dizia para olharmos para tal lado e não víamos nada, aí um tempo depois aparecia o lugar. Algumas vezes isso aconteceu e deu pra notar que todos no vagão ficavam meio perdidos.
Mesmo o trem não se locomovendo rápido, muitas das atrações apareciam e sumiam bem rápido, qualquer bobeira você a perdia. Tem que literalmente escolher entre observar ou tirar foto. O ideal é andar com a câmera do celular aberta o tempo todo ou você não conseguira tirar foto ou filmar a maior parte dos lugares.
Como falei anteriormente, como estávamos subindo a serra, demos a sorte dos nossos assentos serem no lado direito. A melhor parte do passeio é certamente entre viaduto Boa Vista e ponte São João. Aqui o trem faz uma espécie de contorno na parte interna da serra numa espécie de ferradura.
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A melhor parte do passeio
A primeira curva é em 45º, ao olharmos pela janela temos a sensação de estarmos voando, pois não vemos o chão, somente o desfiladeiro. Ao chegar na curva da ferradura, quem está nos vagões inicias ou finais, consegue ver a outra ponta do trem no momento do contorno. É nessa hora que temos as melhores vistas panorâmicas da serra. A parte triste é que a poucos instantes onde temos uma vista ampla, geralmente ela está coberta pela mata. Como já comentei, tudo passa muito rápido, qualquer distração perdemos o ponto de observação.
Depois dessa parte, o trajeto fica menos emocionante, mas isso não quer dizer que fique entediante. Apenas não temos mais aquelas belas vistas panorâmicas da serra. Daqui pra frente, conseguimos observar algumas cachoeiras, tuneis, represas, estações de trem e outras casas que foram utilizadas pelos engenheiros da construção dos trilhos e que foram abandonadas após o termino do mesmo.
Por fim, o passeio já se aproximava de Curitiba, passando pelas cidades de Piraquara e Pinhas e fomos agraciados por um belo pôr do sol. A chegada a estação de Curitiba ocorreu por volta das 19:30. Na estação ainda há uma loja de lembranças não só relacionadas ao passeio de trem, mas como Curitiba num geral.
Passeio de trem Morretes a Curitiba: O que não gostamos?
Eu particularmente gostei demais do passeio, é aquela coisa que quem é de Curitiba deve fazer pelo menos 1x na vida e quem é de fora, ao visitar a cidade ou região, certamente deve fazer. Se for para apontar algo que não gostei, foi certamente as paradas que o trem era obrigado a fazer devido a outro trem estar descendo. Isso quebrava um pouco o ritmo do passeio.
Você já fez o passeio? O que achou? Caso não tenha feito, conte nos comentários se ficou com vontade de fazer. Qualquer dúvida pode perguntar que eu responderei com o maior prazer.
Catarinense morando em Curitiba, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR e pós graduado em Gestão de Banco de Dados pela PUC-PR, que fez seu primeiro mochilão aos 24 anos, se apaixonou e nunca mais conseguiu parar.