Essa é uma pergunta que eu recebo bastante. Mesmo antes da criação do blog as pessoas ficavam impressionadas com meus roteiros de viagem e organização, me faziam perguntas sobre eles e até me pediam os roteiros posteriormente. Um dos motivos da criação do blog foi compartilhar meus roteiros de viagem. Porém, nesse post eu quero explicar minha técnica de como montar um roteiro de viagem.
Muita gente não sabe por onde começar ou acaba achando que é algo complexo e acaba tomando muito tempo. A real é que seguindo os passos que explicarei a seguir, você conseguirá montar roteiros incríveis, deixar sua viagem toda organizada e na palma da sua mão, para durante sua viagem apenas aproveitar tudo o que foi planejado anteriormente.
Digo por experiência própria, que quanto mais você seguir essas etapas, mais rápido e automático ficará a montagem dos seus roteiros de viagens.
Sem mais delongas, vou explicar agora todas as etapas que faço quando vou montar um roteiro de viagem para mim.
Encontrando atrações
Primeiro passo é encontrar as atrações. Geralmente quando escolhemos uma cidade é porque já sabemos alguns pontos turísticos que queremos conhecer, mas obviamente há muito mais lugares para se conhecer que nem fazemos ideia que existem.
Nessa primeira etapa, utilizo o Google mesmo para pesquisar as atrações em uma determinada cidade ou Pais. Pesquise algo bem abrangente que geralmente retorna uma grande quantidade de sites e blogs de viagem, como por exemplo, O que fazer em NOME DA CIDADE.
A ideia aqui é acessar os mais diversos blogs e sites de viagem e anotar as atrações que você encontrar. Eu particularmente não fico lendo todas as informações e os detalhes de cada atração, é mais para anotar quais atrações aquele local tem e já descartar o que realmente não me interessa.
Filtrando atrações
Nesse momento, eu pego cada item da lista de atrações e vou procurar informações sobre cada uma das atrações. Leio novamente blogs e sites de viagem e aqui também procuro ver vídeos no YouTube, além de procurar informações no site oficial (caso o mesmo tenha) para procurar dados mais atualizados, como preços por exemplo.
A depender do preço, localização, tempo de visitação ou mesmo eu não gostar do lugar após uma pesquisa mais detalhada, eu removo o item ou deixo ele numa lista separada. Afinal, durante a viagem pode ocorrer de sobrar tempo ou você mudar de ideia. No meu caso o feeling no momento que estou na cidade conta muito e acabo de vez em quando fazendo alterações no roteiro inicial.
Identificando o local das atrações
Quando filtramos as atrações acabamos já vendo onde é a localização da mesma. Mas a ideia aqui é abrir o Google Maps, e ir olhando a localização de cada uma delas na cidade. Dessa forma você terá uma visão geral de como está espalhada as atrações pela cidade.
O ponto chave aqui é ir separando as atrações por setores. Pegue as atrações que estiverem próximas uma das outras e vá agrupando-as numa lista.
Em alguns casos há atrações que estão mais afastadas das outras ou até mesmo da cidade. Essas atrações eu geralmente agrupo numa lista separada para encaixa-las depois no meu roteiro. No final você terá pequenas listas de atrações.
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Ordenando as atrações
Em como montar de um roteiro de viagem, a ordenação das atrações é uma etapa muito importante. Depois que você já identificou no mapa onde cada uma delas fica. É hora de começar a criar uma ordem de visitação das mesmas.
Agora é a hora de pegar as pequenas listas que você criou no tópico anterior, abrir o Google Maps novamente, alterar para o modo “A pé”, pesquisar a primeira atração e clicar na opção “Rotas”. Pesquise o segundo item da lista, clique no botão “Adicionar Destino” e vá adicionando todas as outras atrações.
Depois de adicionar todas as atrações, é hora de montar o quebra cabeça. Você precisa ordenar as atrações num sentido único e com a próxima atração sendo a mais próxima possível. Assim o seu roteiro ficará mais fluido e evita que você fique passando no mesmo lugar, ou ir para uma atração muito longe sendo que há outras mais perto. Dessa forma, você otimiza ainda mais a sua viagem.
No Google Maps você consegue ordenar as atrações clicando na bolinha ao lado do campo de pesquisa de cada uma delas e arrastar para cima ou para baixo, conforme mostro na imagem abaixo.
No final do seu quebra cabeça, você terá um roteiro em ordem de visitação muito fluído e encaixado, como o mostrado na imagem a seguir.
Feito isso, pegue a sua anotação de lista de atrações e a ordene conforme você fez no Google Maps e pronto, você já definiu a ordem de visitação das atrações.
Observações importante
Não esqueça de verificar o horário de abertura e dias de funcionamento das atrações para achar o melhor dia e horário para encaixar determinadas atrações. Não adianta nada você adicionar determinada atração para iniciar seu dia, por mais que esteja muito bem encaixado, se ela só irá abrir a tarde por exemplo.
Separando as atrações por dia
Para definir quantas atrações por dia visitar, é importante você conhecer seu próprio ritmo de viagem. Calcule uma média de tempo que você acha que gastará por atração e o tempo de deslocamento entre cada uma dela, seja a pé, transporte público ou de Uber por exemplo.
O Google Maps dá a distância e o tempo para passar por todas as atrações, mas sabemos que o tempo de parada e o ritmo de caminhada, ainda mais quando estamos turistando o tempo é totalmente diferente.
Levando tudo isso em consideração, você conseguirá ter uma ideia de quantos dias será necessário para conhecer todas as atrações que deseja. Com o passar do tempo e quanto mais você viaja, mais fácil fica para você identificar o tempo gasto em cada tipo de atração, pois você já conhece o seu ritmo de viagem.
Encontrar uma hospedagem bem localizada
Agora que você já sabe onde está localizada cada uma das atrações no mapa, provavelmente você irá notar um certo padrão em qualquer cidade de que seja. Sempre terá uma região com uma concentração maior de atrações e muito provavelmente, essas atrações você poderá fazer a pé.
O cenário ideal é encontrar uma hospedagem próxima a esses locais, otimizando assim o seu roteiro e tempo de deslocamento. A maioria das minhas hospedagens eu reservo utilizando o Booking, os preços nele geralmente estão mais em conta que em outros sites e eu gosto muito de utilizar a função de buscar as hospedagens no mapa. Assim você consegue encontrar as hospedagens mais perto possíveis das atrações.
Hospedagem custo benefício
Entretanto, eu sei, até por experiência própria, que as hospedagens nesses locais geralmente são mais caras também. Se a diferença para outras regiões for muito grande, e você assim como eu, também gosta de economizar em hospedagem, pode procurar por hospedagens um pouco mais afastadas, mas que tenham fácil acesso ao transporte público.
Novamente o Google Maps é muito bom nesse sentido, pois você pode observar no próprio mapa se há estações de metro por perto, ou então consultar as linhas de ônibus.
Definir o deslocamento entre cidades/países
Geralmente em uma viagem, visitamos mais de uma cidade ou até pais. Esse último é muito comum em viagens pela Europa por exemplo.
A melhor forma de definir o tipo de deslocamento é novamente olhando no Google Maps as distâncias entre esses dois locais. A depender dela, você já pode descartar alguns meios de transporte, por exemplo, se for muito longe, descartar ônibus, se for muito perto, descartar avião.
Uma ferramenta que é muito útil nesse momento é o site Rome2rio. Com ele você encontrará as opções de transporte disponíveis entre duas cidades distintas, como ônibus, trem e avião. Dando até valores estimados e site das empresas que fazem esse trajeto.
Deslocamento entre aeroporto e cidade
Esse é um item que eu considero muito importante, afinal dependendo do aeroporto que você for pousar, o custo do deslocamento até a cidade pode ser até mais alto que a própria passagem de avião. Esse é um cenário até bem comum em uma viagem de avião utilizando uma cia low cost na Europa por exemplo.
Antes de comprar sua passagem de avião, pesquise o aeroporto de partida e de destino no Google Maps. Veja o quão distante eles são do centro da cidade ou da sua hospedagem.
Tente encontrar o transporte público disponível para esse trajeto. Nesse momento, o Google Maps é útil, mas se a cidade em questão tiver um aplicativo de transporte oficial que mostre os valores, pode ser ainda mais útil para você saber o custo desse deslocamento. O app CityMapper é uma opção interessante também pois em algumas cidades ele também já indica os valores.
Haverá casos onde as opções disponíveis vão ser apenas taxi, Uber ou Shullte (ônibus/trem transfer). Nesses casos não tem muito o que fazer e o gasto será mais elevado mesmo.
Mais de um aeroporto na cidade
Caso a cidade seja servida por mais de um aeroporto, atente-se a distância e os tipos de deslocamento que esse aeroporto oferece. As vezes pegar apenas a passagem de avião mais barata, pode sair o custo final bem mais caro por causa do deslocamento saindo do aeroporto.
Um exemplo que posso dar nessa minha última última viagem que estava planejando. A cidade de Melbourne na Austrália, é servida por 2 aeroportos, o Melbourne Airport (MEL) e o Avalon Airport (AVV). Os voos para AVV estavam quase sempre mais baratos. Porém o tempo de deslocamento até a cidade é muito maior e só havia a opção de Shuttle ou taxi, o que no final valia mais a pena pegar um voo mais caro para MEL que ainda assim sairia mais barato, fora a economia de tempo.
Organização da viagem
Como pode perceber até agora, nesse post já expliquei bastante coisa e desde a primeira etapa até a execução da viagem temos muita informação e detalhes. Agora eu irei explicar como eu organizo tudo para poder utilizar durante a viagem.
Apesar de existir diversos aplicativos de organização de viagem e controle de gastos, eu gosto muito de usar o Google Docs para montar o roteiro e o Google Planilhas para registrar os gastos. Entre as principais vantagens dessas ferramentas é a flexibilidade, pois você organiza tudo do seu jeito, além de poder preencher/acessar tanto pelo computador como pelo celular.
Criando o roteiro no Google Docs
Desde a primeira etapa de como montar um roteiro de viagem, eu já utilizo o Google Docs para ir preenchendo todos os detalhes. No final, o arquivo será basicamente uma lista de itens separada por tópicos. Onde os tópicos são as cidades e o dia de visitação, e a lista os locais a serem visitados.
Além do roteiro, gosto sempre de fazer anotações relacionadas a preço de transporte público, apps ou sites que possam ser uteis e por aí vai.
Na imagem abaixo você pode conferir um exemplo meu, para que você possa usar como base e criar um da melhor forma que te agrade.
Outra dica bem legal e que eu uso bastante em minhas viagens, é utilizar o GPS offline MAPS.ME. Além de você não gastar seus dados moveis durante sua viagem, eu gosto da funcionalidade de marcar os locais que irei visitar. Dessa maneira, meu Maps Me acaba virando meu histórico de lugares visitados.
Criando a planilha de gastos no Google Planilhas
Você não precisa ser nenhum expert em planilhas para conseguir criar uma para a sua viagem. Eu mesmo utilizo uma planilha bem simples, apenas com uma tabela padronizada, onde eu informo a data, o que eu gastei e o valor (separando pelo tipo de moeda gasta). Na parte de baixo da tabela, o campo total vai somando os meus gastos. Feito isso basta apenas acompanhar a evolução dos seus gastos.
Como já comentei, eu gosto de usar planilhas e manter elas guardadas como um histórico. Sei que existem aplicativos para essa finalidade, mas nunca gostei muito de utilizar eles. A forma de controle dos gastos fica ao seu critério, da maneira que achar mais fácil.
Organizar os itens da viagem em pastas na nuvem
Aqui você pode utilizar sua nuvem preferida, como por exemplo, Google Drive, Dropbox, ICloud, OneDrive. Eu gosto de utilizar o Google Drive, pois o Google Docs/Planilha já está tudo integrado nele.
A ideia é criar uma estrutura de pastas onde você irá guardar seu roteiro, suas passagens, comprovantes de reserva, ingressos comprados, visto e tudo mais.
Outra dica é deixar todos esses itens disponíveis no seu celular no modo offline, assim caso precise apresentar algum documento na alfandega ou algum lugar que não tenha internet, o PDF já estará disponível no seu celular.
As reservas de hotel em PDF eu uso bastante, tanto para pegar o endereço no momento necessário, como para apresentar na hospedagem quando necessário. Você estará a alguns cliques do mesmo e não precisará ficar revirando e-mails ou levando impresso um monte de folhas com você.
Esse é o passo a passo que utilizo na montagem dos meus roteiros. Depois de diversos roteiros montados, fui aprimorando essa técnica de montagem para ficar de uma maneira prática, usual e completa o que me deixa bem tranquilo e seguro que a execução da minha viagem será muito bem feita.
Você faria algo diferente? Deixe nos comentários, que eu gostar de saber outras técnicas de como montar um roteiro de viagem.
Catarinense morando em Curitiba, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR e pós graduado em Gestão de Banco de Dados pela PUC-PR, que fez seu primeiro mochilão aos 24 anos, se apaixonou e nunca mais conseguiu parar.