Localizada a aproximadamente 120km ao norte da cidade de Manaus, Presidente Figueiredo é conhecida como a capital brasileira das cachoeiras. A região abriga mais de 200 cachoeiras, sendo que mais de 170 delas já estão catalogadas e aptas para o turismo.
Nesse post eu vou dar para vocês algumas dicas sobre o local e como foi o meu tour de um dia pela cidade. Confira também nesse outro post que escrevi, quais são as principais maneiras para chegar em Presidente Figueiredo a partir de Manaus.
Quantidade de dias ideias para visitar Presidente Figueiredo
Como eu fiquei apenas 5 dias em Manaus, eu não tive muito tempo para explorar Presidente Figueiredo, então acabei optando em fazer um tour de apenas 1 dia pela cidade.
Geralmente os tours oferecidos são de 1 a 5 dias. Porém, como são muitas cachoeiras, o mínimo recomendado é 3 dias. Para você ter ideia, em um tour de 3 dias, não dá para visitar 10 cachoeiras, devido a distância entre elas e das próprias trilhas.
Ou seja, não dá para visitar nem 5% das cachoeiras em tão pouco tempo. mas você consegue conhecer pelo menos as mais turísticas. Para quem for realmente um amante das cachoeiras, pode ficar por PF mais de 10 dias tranquilamente.
Agendar com agência ou visitar Presidente Figueiredo por conta própria?
Como eu iria ficar apenas um dia em Presidente Figueiredo, eu não pensei 2x e peguei um tour de um dia. Pesquisei em algumas agências e fechei o meu tour com a Iguana Tours.
Apesar de ser o mais caro entre as agências que pesquisei (R$300,00 incluso alimentação, transporte e entradas). Foi o roteiro deles que mais me agradou. Entretanto, tivemos alguns problemas que mais para a frente eu contarei.
Caso deseje passar diversos dias em PF e você seja como eu, que gosta de me virar sozinho sem agências ou guias, tenho uma má notícia para você.
Você pode sim chegar na cidade por conta própria como eu contei no post de como chegar em PF. Porém, devido a uma lei municipal, a maioria das cachoeiras é obrigatória a entrada com um guia.
Há cachoeiras que você paga não por entrada, mas por guia, se você estiver sozinho, pode pagar até 100 reais para visitar uma cachoeira. Como é o caso de duas das principais cachoeiras da cidade, a Gruta da Judéia e a Caverna Refúgio do Maroaga.
Felizmente se você estiver em mais pessoas, o valor será dividido entre todos, então quando mais pessoas estiverem com você ou encontrar por lá, mais barato sairá.
Resumindo, fazer por conta própria em uma grande quantidade de dias pode se sair mais vantajoso, pois seu gasto será apenas com o guia. Você encontrará diversos guias pela cidade ou na sua hospedagem mesmo, alguém poderá te indicar algum. Depois é só combinar um valor para ele te levar nos lugares e fazer um passeio mais personalizado pelas cachoeiras que você quiser.
Tour de um dia em Presidente Figueiredo
O hostel que eu estava em Manaus ficava próximo ao escritório da Iguana, as 8h da manhã o guia foi me buscar e as 8h30m partimos em direção a Presidente Figueiredo.
A estrada, apesar de pista simples, era até que bem conservada, tirando um ou outro trecho com buraco. Um pequeno pedaço da estrada estava em reforma também.
O trajeto até Presidente Figueiredo de pouco mais de 120km foi feito em pouco menos de 2h até a região central da cidade. Abaixo segue o roteiro inicial do passeio.
- Lagoa Azul Park
- Fervedouro do Maranhão
- Corredeira do Urubuí
- Parada para almoço
- Gruta da Judéia
- Caverna Refúgio do Maroaga
Lagoa Azul Park
Nossa primeira parada foi no Lagoa Azul Park, localizada a pouco mais de 20km ao norte da cidade. Mesmo não sendo tão longe, levamos quase 40 minutos para chegar lá, pois assim que saímos da rodovia, a estrada de chão estava em péssimas condições, principalmente por ser época de chuvas (estive no mês de maio lá), então tivemos que andar bem devagar.
O local é chamado de Lagoa Azul Park, sendo uma propriedade privada. A entrada já estava inclusa para a gente no tour, mas quem for por conta, precisar pagar o valor de R$10,00.
A cor da lagoa realmente impressiona, a principal razão para sua coloração é a grande concentração de algas azuis, aliada ao fato da qualidade da água, oriunda do aquífero das Guianas, que é conhecido por ter uma das águas mais puras do planeta segundo alguns estudos.
O local é todo bem estruturado, há um deck de madeira em volta do lago, para facilitar o acesso a água. Há também um restaurante e um bar no local, ou seja, você pode passar tranquilamente o dia por lá.
A lagoa é propicia para o banho, mas mesmo estando um dia bem quente, sua água estava bem gelada. Uma das principais atrações é a pequena canoa de madeira onde as pessoas fazem fila para poder utilizar e tirar algumas fotos.
Apesar da estrutura no lugar ser um ponto positivo, eu esperava algo um pouco mais “roots”. Por ser uma lagoa natural, esperava que fosse um pouco mais isolado na mata, mas o local é praticamente um parque aquático. O que não tira a beleza da lagoa é claro.
Corredeira do Urubuí
Voltando para o centro da cidade, bem próximo aos principais restaurantes turísticos da Presidente Figueiredo, encontramos a Corredeira do Urubuí, com suas águas bem escuras.
Aqui encontrei muitas famílias e grupo de amigos a suas margens, nadando, ouvindo música e conversando. Há também algumas barracas de comida e artesanato próximos para visitarmos.
Como o rio estava bem cheio devido as cheias e a correnteza estava bem forte, eu não quis arriscar entrar na água. Apesar de muitas pessoas estarem entrando. No local há também um bote dos bombeiros para caso de alguma emergência.
Nosso parada para o almoço foi ali próximo da corredeira, num lugar chamado Churrascaria e Peixaria Urubuí. Apesar da comida ter demorado um pouco para ficar pronta, ela estava realmente deliciosa, uma comida bem típica da região, com direito a muito baião de dois, farinha, pirarucu e tambaqui. E pra acompanhar, não podia faltar um suco de cupuaçu.
Caverna do Maroaga
Localizada mais a leste de PF, a Gruta da Judéia, junto com a Caverna do Maroaga são duas das principais atrações da região. O acesso a trilha que dá acesso a ambas as cachoeiras fica as margens da estrada.
Apesar da trilha ser bem fácil e ter menos de 2km de extensão, é proibido fazer o acesso sem um guia no local. Aliás muitas das cachoeiras e trilhas não se pode acessar sem um guia presente, devido a lei municipal que citei anteriormente.
Como já estava com o guia do tour, não fazia muita diferença para nós. Havia chovido muito na hora do almoço, então a trilha estava bem molhada e lamacenta. Mesmo sendo recomendado o uso de calçado fechado, eu e os outros acabamos fazendo a trilha descalço mesmo para não sujar o tênis. Já que também iriamos entrar nas cachoeiras mais além.
Depois de uns 40 minutos de trilha, chegamos na nossa primeira parada, a Caverna do Maroaga. A queda d’água é bem alta e cai sob uma pedra meio lisa, mas que dá para subir e fazer algumas fotos.
A força da água chega até a doer um pouco. Apesar de muito bonito, não tem muito onde se banhar além de ficar de baixo da queda d’água, pois após isso a água é bem rasinha e segue em direção a caverna.
Aliás, da caverna temos uma bela visão da queda também, tornando um ótimo lugar para se tirar algumas fotos.
Gruta da Judéia
Seguindo a trilha pela lateral da Caverna do Maroaga por mais uns 10 minutos, chegamos na Gruda da Judéia. Aliás, esse trecho é um dos mais bonitos de toda a trilha, como era época de chuva, em alguns trechos tivemos que seguir por umas áreas alagadas, com a água batendo na canela.
A Gruta da Judéia em si, tem muito mais espaço para tomar banho que na Caverna do Maroaga, a queda d’água é praticamente no centro do lago que ali se forma. Já a sua coloração é bem amarelada e ao centro da queda uma cor mais escura, realmente uma cor bem diferente do que já havia visto.
Novamente, como o volume de água estava bem grande, ficar embaixo da queda chegava a machucar um pouco. Mais que tomar banho de cachoeira, a paisagem do lugar é realmente magnifica, eu poderia ficar hora e horas observando todo aquele paredão de pedra, cercado pela vegetação amazônica.
Além da cachoeira, encontramos diversas cavernas ao fundo para explorarmos. Em alguns pontos da caverna é necessário ligar a lanterna do celular de tão escuro que é. Ahh e já vá se preparando para os rasantes que os morcegos dão, chegam a dar vários sustos na gente.
Outra coisa interessante, é o tanto de areia que encontramos pelas trilhas na floresta, parecia estar próximo a praia. Aqui realmente dá para perceber como o solo da floresta é arenoso, algo que aprendemos na época de escola, mas só vendo pessoalmente para intender a dimensão.
Fervedouro do Maranhão – Falha de Comunicação
O Fervedouro do Maranhão, era um dos lugares que a gente mais estava esperando visitar, e foi aqui que ocorreu o problema que havia comentado lá no início desse post.
O Fervedouro fica localizado próximo ao Lagoa Azul Park, até havíamos passado em frente a ele. A entrada está identificado apenas como Lagoa Azul, eu até perguntei ao guia o que era e ele me havia dito que existia duas lagoas azuis e que estávamos indo para o Lagoa Azul Park, mas em nenhum momento ele havia falado para a gente que essa outra era o Fervedouro Maranhão.
Quando estávamos almoçando, perguntamos a sequência do roteiro e aí fomos saber que não iriamos no Fervedouro do Maranhão, pois era aquele lugar que eu havia pergunta o que era.
Segundo o guia, como havia um ônibus de turismo no local, a chance da água estar mexida pela quantidade de gente lá era enorme e aí não veríamos a água tão cristalina, além do lugar ser semelhante ao Lagoa Azul Park que tínhamos acabado de ir.
Questionamos o guia falando que estava no roteiro e havíamos pago para visitar lá, tanto que paguei mais caro no passeio do Iguana, porque era o que incluía a passagem por lá.
O guia ficou bravo e ligou para a agência e ficou um bom tempo discutindo no telefone. Resumindo, ele teve que voltar nos levar. Disse que houve uma falha de comunicação da agência. Mas ele foi resmungando o caminho todo. Lembra que falei que a estrada para lá era ruim? Então, tivemos que encurtar o passeio nas cachoeiras para poder chegar lá a tempo, pois fechava as 17h.
O clima ficou meio pesado no carro o caminho todo, o guia que antes estava super atencioso, ficou de cara fechada por grande parte do trajeto.
Visita ao Fervedouro do Maranhão
Enfim, chegamos no Fervedouro do Maranhão, já não havia mais ninguém lá. Mas confesso que nem eu nem as outras pessoas do tour achamos grande coisa o lugar, nas fotos parece muito mais bonito.
O lugar é um pequeno buraco com uma água azul bem cristalina, cercado pela mata. Você só precisa ter cuidado e entrar sempre pela escadinha, uma hora alguém entrou pulando e aí a água ficou toda “suja” e o fervedouro acabou ficando com a sua água toda turva.
Aliás vou deixar aqui abaixo uma foto antes e depois para vocês verem a diferença que fica a água.
Parece até que as fotos são em lugares diferentes não é mesmo?
A parte interessante do lugar é pôr o pé na areia lá no fundo, próximo aonde está borbulhando e sentir a areia fazendo uma “massagem” no seu pé. Também temos a sensação de não conseguir afundar, parece que sempre empurra a gente para cima naquele ponto.
Ah e só para avisar, a água não é quente, é chamada apenas de fervedouro por causa de borbulho que faz na água no ponto que ela está surgindo no solo.
No fim das contas, foi o passeio que gerou todo o stress e acabou sendo o menos interessante para nós.
Após a visita ao Fervedouro do Maranhão, seguimos direto para Manaus, chegando próximo as 20h. Foi um dia bem cansativo, mas valeu muito a pena para poder conhecer algumas das principais atrações de Presidente Figueiredo.
O que mais gostei em Presidente Figueiredo?
Dos lugares que visitei, na minha opinião os que valeram mesmo a visita foram o Lagoa Azul Park, junto com a Gruta da Judéia e a Caverna Maroaga, esses eu gostei bastante. Entretanto, a Corredeira do Urubuí e o Fervedouro Maranhão não achei grandes coisas não.
Infelizmente por uma questão de tempo, não pude conhecer tantas cachoeiras e trilhas. Como eu já falei anteriormente, quem puder, passe alguns dias em Presidente Figueiredo, só assim para você conseguir aproveitar melhor as cachoeiras e tornar os passeios menos cansativos. Em um tour de 1 dias, você perde praticamente 4h só de viagem de ida e volta.
Catarinense morando em Curitiba, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR e pós graduado em Gestão de Banco de Dados pela PUC-PR, que fez seu primeiro mochilão aos 24 anos, se apaixonou e nunca mais conseguiu parar.