Um dos passeios mais legais a serem feitos na cidade de Manaus é o passeio de barco chamado Encontro das Águas. Neste passeio, além de visitarmos o ponto de encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas barrentas do Rio Solimões, temos a oportunidade de visitar uma tribo indígena, caminhar pela floresta amazônica e ainda conhecer alguns dos animais mais icônicos da Amazônia, como o Boto Cor de Rosa e o peixe Pirarucu, tudo isso em apenas um dia.
Este passeio eu considero quase que indispensável em sua ida a Manaus. Principalmente se o seu tempo for curto, pois como eu falei acima, você terá um conhecimento geral da Amazônia em apenas um dia.
Roteiro do passeio Encontro das Águas
Sem mais delongas, eu realizei o passeio com a agência Amazon Eco Travel, o roteiro abaixo é o que foi me passado no momento que comprei o pacote.
- 09:00 Saída do cais.
- 10:00 Observação de Pirarucu, peixe maior de água doce.
- 11:00 Caminhada na selva com observação de macacos, preguiças, jacarés, árvores enormes Sumaúma e vitória-régia
- 12:00 Almoço.
- 13:00 Passeio de barco encontro das águas do Rio Negro e do Rio Solimões.
- 14:00 Nadar com botos cor de rosa.
- 15:00 Visita de uma comunidade indígena com apresentação de danças tribais.
- 16:00 Retorno para Manaus chegando 17:00.
Entretanto, a depender de como clima está no dia, a ordem dos passeios pode variar e foi o que aconteceu comigo. Portanto, a ordem que apresento os passeios aqui nesse post é a ordem em que realizamos eles.
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Quanto custa o passeio?
Uma das informações mais importantes, o preço. Ele pode variar conforme a temporada e a demanda e também se você pesquisar e barganhar bastante. Pois a depender do lugar, o valor chega a variar em mais de 100%. Eu encontrei lugares cobrando R$200,00. Mas também achei lugares que cobravam R$100,00, que aliás foi o preço que eu paguei.
Conversando com outras pessoas no passeio, teve pessoas que pagaram R$80,00. Ou seja, vale a pena pesquisar e chorar no preço. Apesar de várias empresas venderem o passeio, eles são praticamente idênticos, o que pode mudar é a parada do almoço, mas no geral é a mesma coisa. Só valeria uma diferença grande no preço caso fosse um passeio mais privativo com menos pessoas.
Lembrando que o almoço típico regional já está incluso no valor, o que torna o valor do passeio ainda mais atrativo. No mercado municipal por exemplo e aos arredores dos terminais hidroviários, você encontrará diversos locais e pessoas ofertando esse passeio.
Início do passeio Encontro das Águas
O ponto de encontro para o início do passeio, foi marcado as 08h30 no Terminal Ajato, aos fundos do mercado municipal.
As 09h demos início ao passeio, apesar dos horários informados no roteiro acima, nossas paradas foram em ordens totalmente diferentes, devido ao tempo que estava meio fechado.
Nossa primeira parada foi uma das que eu mais estava esperando em todo o passeio, nadar com os botos cor de rosa. Para chegar lá, basicamente atravessamos até a outra margem do Rio Negro. O que não é tão rápido assim, devido ao tamanho do rio, levando em torno de 20 minutos para isso. Durante esse período o guia foi nos contanto a história e as características do Rio Negro.
Nado com o boto cor de rosa
Chegando no local, desembarcamos na varanda de uma casa flutuante onde nos preparamos para nadar com os botos. O local é bem simples, são duas casas flutuantes interligadas. Na primeira tem uma pequena lanchonete e uma área de embarque e desembarque, na outra é onde trocamos de roupa e nos preparamos para entrar na água.
O custo para entrar na água com os botos é de R$20,00. Quem não quiser pagar, pode apenas ficar observando, mas com certeza é um dos momentos mais incríveis e divertidos do passeio que valem total a pena.
Como os botos não estão em cativeiro e sim soltos no rio, você precisa ter um pouco de sorte para ver eles por lá. Para o meu azar, um pouco antes de chegarmos, um cardume de peixe passou por lá, o que fizeram os botos adultos irem atrás do cardume. Na nossa vez, apenas um boto filhote estava presente.
Para observarmos os botos, fazemos um círculo junto com o instrutor. Ele então começa a bater um pedaço de peixe na água e fazer uns sons para chamar ele. Do nada ele subia no meio da gente e todo mundo se aproximava para tocar nele.
Esse processo se repetiu algumas vezes até ele não voltar mais. Como falei, só havia um boto no momento e dependemos da boa vontade dele aparecer também.
A parte que não gostei muito é por estarmos em muitas pessoas no barco, e como entramos todos ao mesmo tempo na água, ficava um bolo de gente e era meio difícil interagir com o boto.
Quando estávamos partindo, havia somente 2 pessoas que chegaram de um passeio privado e deu para perceber que eles estavam aproveitando muito mais essa parte do passeio por estarem em bem menos pessoas.
Observação do peixe Pirarucu
Seguimos para um criadouro de Pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo. No local havia alguns tanques na margem do rio onde os peixes eram criados. Além de poder ver eles, quem quisesse, poderia comprar iscas de peixes e dar para os pirarucus com uma varinha e um barbante.
Os Pirarucus agem parecido com um aspirador para se alimentar, sugando tudo o que a sua volta. Ao soltar a isca perto deles, o barulho da sucção faz um vácuo tão grande que parece até o barulho de um estralo de chicote. Eles puxam tão forte que se você não segurar a vara bem forte é capaz de perder ela. É realmente incrível a força que eles têm.
Além da criação de Pirarucus, o no local havia uma feirinha que além de artesanatos, tinham diversos itens, como bebidas, cremes, óleos, entre outros, todos feitos com produtos típicos da Amazônia.
Almoço típico e trilha na floresta
Depois de visitar a criação de pirarucu, fizemos uma parada para almoço no restaurante flutuante Janauarylandia, as margens do Rio Solimões.
No buffet havia diversos pratos típicos da região, incluindo os peixes que eu mais gostei de comer em toda a viagem, o Tambaqui e Pirarucu, além de muitas opções de frutas. Apenas as bebidas tínhamos que pagar a parte e os valores eram bem justos.
Não bastasse apenas a comida ser bem deliciosa, todo o clima do local, ao almoçar as margens do rio com aquela vista, num dia quente, sentindo o frescor da água foi realmente muito legal.
Após o almoço, seguimos por uma trilha aos fundos do restaurante para conhecer um pouco mais da floresta e observar alguns animais. Como era período de cheias, caminhamos pela floresta por uma ponte suspensa de madeira, pois todo o chão estava alagado.
A trilha é bem curta, não deve ter 500m, mesmo assim, consegui observar alguns pequenos macacos nos galhos, diversas vitórias regias e a árvore Sumaúma, uma das maiores arvores da floresta amazônica. Próximo a Sumaúma, haviam algumas pessoas com uma cobra e um filhote de preguiça para quem quisesse tirar foto com eles. Cada foto custava R$5,00.
Visita tribo indígena
Nossa próxima parada foi na tribo indígena. Que apesar de serem uma tribo, eles já estão acostumados com a presença do “homem branco”. Chegando ao local, entramos em uma oca enorme para observar a apresentação de algumas danças típicas deles.
Eu particularmente não achei grande coisa a apresentação, até por eles viverem quase que todo o dia tendo contado com pessoas de fora da tribo, torna tudo meio artificial e forçado, coisa para turista ver mesmo.
Muitos dos indígenas que ali estão, vieram de tribos mais afastadas em busca de uma vida melhor. Alguns ainda não falam português, mas todos tem tanto um nome indígena, como um nome brasileiro por assim dizer.
Depois da apresentação, pude explorar um pouco a tribo e prova algumas comidas deles, como por exemplo formigas crocantes. Que por sinal não é de todo o ruim não.
Não havia muitas ocas, mas deu para perceber que eles já tinham água encanada, mesmo que vindo do rio. Quem quisesse, poderia tirar foto com os índios, araras e preguiças que eles tinham, mas para cada foto também era cobrado R$5,00.
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Encontro das águas
Por fim, a atração que dá o nome ao passeio, fomos em direção ao encontro das águas escuras do Rio Negro com as águas barrentas do Rio Solimões. Infelizmente o tempo não ajudou e em poucos pontos conseguimos observar o encontro das águas.
Até por sinal, ligando a câmera do celular e olhando o rio, ficava até mais fácil de observar a diferença das cores do que a olho nu. No final, a foto abaixo é o resultado do encontro das águas.
Nada parecido com as fotos divulgadas pelas agências né? Mas para ser justo, o período de baixa do rio, aliado a um céu claro sem nuvens é o ideal para vermos a diferença gritante da cor entre os dois rios, e como eu estava no período de cheia, que aliás era a segunda maior cheia da história, aliado a um tempo com muitas nuvens, tirou um pouco da magia dessa parte do passeio.
Fica até a dica, se puder planejar sua viagem para Manaus durante o período de baixa do rio será ainda melhor.
Após terminarmos a observação do encontro das águas, retornamos em direção a Manaus, um trajeto que durou pouco mais de 20 minutos, o que ainda nos rendeu uma bela vista panorâmica da capital amazonense.
No fim das contas, o saldo do passeio foi muito positivo, eu me diverti muito e aprendi bastante coisa sobre a fauna e flora da floresta amazônica. Definitivamente um valor bem justo pago por um passeio de quase um dia e almoço incluso.
Sem dúvida alguma, recomendo esse passeio a todos que estejam visitando Manaus, e até mesmo os moradores locais. Por incrível que pareça, conheci dois grupos de pessoas que moravam na cidade e estavam fazendo o passeio pela primeira vez.
Catarinense morando em Curitiba, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR e pós graduado em Gestão de Banco de Dados pela PUC-PR, que fez seu primeiro mochilão aos 24 anos, se apaixonou e nunca mais conseguiu parar.