Localizada no extremo norte da Tailândia, Chiang Mai é segunda maior cidade do país. Um destino totalmente diferente de quem procura os agitos e as belas praias do sul. Por ser um destino mais cultural, acaba se tornando ideal para quem deseja conhecer diversos templos e aprender um pouco mais sobre a Tailândia.
Em minha viagem por lá, fiquei por 4 noites, porém apenas 3 dias cheios, já que no primeiro dia eu cheguei a noite e no quinto dia bem cedinho já fui embora. Para os locais que eu gostaria de visitar, 3 dias foram suficientes, contudo, quem desejar incluir algumas outras cidades ao redor, como Pai por exemplo, que está em alta entre os mochileiros, talvez mais uns dois dias no mínimo para aproveitar bem.
Chiang Mai é hoje conhecida como a capital dos nômades digitais, por ser uma cidade com boa qualidade de vida, internet rápida e custo de vida baixo. Apesar dos preços terem subido lá nos últimos anos com o aumento no número de turistas, ainda assim foi um das cidade mais baratas que visitei na Tailândia.
Dicas e roteiro em Chiang Mai na Tailândia
Alugando uma Scooter
Primeiro dia na cidade reservei para conhecer os templos. A melhor maneira que achei para me locomover entre os templos foi alugando uma scooter. Só o Wat Phrathat Doi Suthep fica 15km afastado da cidade e os demais templos ficaria muito tempo caminhando, e no calor que faz na cidade não achei uma boa ideia.
Há diversos locais na cidade que as alugam. Para alugar não é necessário ter habilitação, você deixa seu passaporte, paga a diária e retira a scooter. Máximo que o funcionário me perguntou era se eu sabia andar. Ao devolver a scooter, eles te devolvem o passaporte.
Recomendo antes de retirar a scooter, fazer um vídeo dela para evitar surpresas e não ser cobrado ao devolver por danos já existentes nela. O valor do aluguel por 24h foi 200 bahts. Sobre o combustível, não tem um padrão, você pega a scooter com a quantidade de combustível que a ultima pessoa que usou deixou e você abastece se precisar. Não precisa devolver o tanque cheio!! A minha estava quase na reserva e coloquei 50 bahts de gasolina (quase encheu o tanque todo). O mínimo que os postos de gasolina aceitam são 30 bahts.
Alem claro de andar de scooter, o aluguel dela era no intuito de economizar. Infelizmente eu dei o azar de cair numa blitz e como eu estava sem a habilitação internacional – até tentei empurrar a minha CNH para o policial, vai que cola né – e acabei tomando uma multa de 500 bahts.
Segundo o próprio policial, pagando a multa você fica por até 3 dias “livre” de outras multas, ou seja, não teria o risco de tomar diversas multas por andar sem habilitação.
Outros meios de locomoção
Caso não saiba andar de moto ou tenha receio de andar sem a habilitação internacional, há também os Songthaews (red trucks). São umas caminhonetes vermelhas, tipo um taxi coletivo aonde as pessoas vão na caçamba. É um transporte muito popular na cidade e quem está em Chiang Mai definitivamente deve andar pelo menos uma vez.
Aonde se hospedar
Grande parte das atrações turísticas, restaurantes e bares de Chiang Mai se encontram dentro da cidade antiga, toda essa área era cercada por muros, porém hoje só existem alguns pequenos pontos que ainda são murados.
Eu me hospedei quase em frente ao Wat Phra Singh no The August Hostel. Achei um excelente custo beneficio pela localização e o que o hostel oferecia, cada diária saiu em torno de 235 bahts, já incluso as taxas municipais que são obrigatórias. Caso queira economizar um pouco mais na hospedagem, os hostels aos arredores da cidade antiga são ainda mais em conta.
Indo do aeroporto até a cidade antiga
A maneira mais barata é pegando o ônibus que sai do aeroporto e passa por diversos pontos da cidade antiga. O próprio motorista me perguntou qual hostel eu iria ficar hospedado e me disse qual o melhor ponto para descer. O valor da tarifa é 30 bahts e o ônibus funciona das 6 até as 22:30.
Utilizando os songthaews custa em torno de 40 bahts se utilizar ele de modo compartilhado com outras pessoas. Caso queira utilizar um privado, sairá em torno de 120 bahts. Por fim um taxi custará em torno de 150 bahts.
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Roteiro de um dia em Ayutthaya
Roteiro dia 1
Wat Phrathat Doi Suthep
Como já falei anteriormente, primeiro dia eu reservei para conhecer os templos. Bem cedinho, após alugar minha scooter, fui direto para o Wat Phrathat Doi Suthep, que fica a 15km do centro da cidade, no alto da montanha Suthep. É o templo mais famoso da cidade! Já na sua entrada tem uma escadaria com 309 degraus e o seu corrimão em formato de serpente de 4 cabeças, dando assim uma amostra de porque o lugar é tão visitado.
No budismo, a serpente naga representa um dos protetores de buda, muito comum esse tipo de escultura em entrada de templos budistas
Como o local se encontra lá no alto da montanha, há também um mirante para poder observar a cidade, mas infelizmente estava bem nublado e não deu para ver nada. Interessante que lá do alto no templo, estávamos acima da neblina, portanto só olhando para baixo, procurando a cidade é que não se via nada.
Para conhecer todo o complexo, umas 2h é o suficiente. O valor da entrada custa 30 bahts, quem quiser utilizar os songthaews que citei anteriormente, custa 60 bahts saindo do portão Chang Phuak (ao norte da cidade antiga). Para voltar há diversas outras caminhonetes ao lado do templo, não sendo necessário fechar o valor de ida e volta com algum motorista. A volta custa os mesmos 60 bahts até o portão Chang Phuak ou 40 bahts até o zoológico. Lembrando que esse são os valores dos songthaews compartilhados, ou seja, esperando outras pessoas até encher a caminhonete. Caso queira utilizar elas privado o valor sairá bem mais caro.
Wat Lok Moli
Voltando para a cidade passei pelo Wat Lok Moli – Faltando duas quadras para chegar nesse templo que cai na blitz e tomei a multa, ou seja, foi bem no inicio do rolê!! – que já era caminho. Wat Lok Moli é o templo mais antigo da cidade, construído no século 14, situado a mais ou menos 400m do portão Chang Phuak, do lado de fora da cidade antiga. Sua entrada é gratuita.
Wat Umong Mahathera Chan
Templo pequeno porém muito bonito, estava passando de scooter em frente e resolvi parar para visitar. Entrada também é gratuita.
Wat Chedi Luang
Um dos templos mais bonitos e importante da cidade. O ingresso custa 40 bahts e já na entrada vemos o Intakhin Pillar Vihara, templo que hoje está ativo no local.
Aos fundos temos as famosas ruínas do Wat Chedi Luang. Quando sua construção foi terminada em 1475, era a maior construção de Chiang Mai, com 85m de altura e uma largura de 44m. Entretanto, no ano de 1545, um grande terremoto destruiu grande parte do templo. Sendo parcialmente restaurado somente nos anos 90.
Wat Sri Suphan
Conhecido como o templo prata por sua impressionante decoração artesanal em prata. Nesse templo não é permitida a entrada de mulheres em seu interior. Há ainda um outro templo no local para visitação. O valor da entrada é 50 baths.
Nas noites de terça, quinta e sábado, o templo realiza um bate-papo com monges, onde os visitantes podem fazer perguntas sobre o budismo e meditar com eles. O bate-papo começa das 17:30 às 19:00 e, até às 21:00, há uma conversa em grupo e meditação. As conversas são gratuitas, mas se quiser, pode realizar doações aos monges.
Wat Phra Singh
Um dos maiores templos de Chiang Mai, recebe visita tanto de turistas como de crentes budistas do mundo inteiro. Localizado na cidade antiga, o templo foi construído em 1345 pelo Rei Phayu para guardar a cinzas do seu pai. O valor de entrada do complexo custa 50 bahts.
Infelizmente o templo principal estava em reforma, não sendo possível entrar nele. Entretanto no complexo há outros templos menores, diversas estatuas de buda além da biblioteca Ho Trai, que guarda escrituras budistas antigas. O complexo é um dos principais locais que representam a arte e arquitetura Lanna no país.
O Reino de Lanna era situado onde hoje é a região norte da Tailândia e sua tradução literal é Reino de Milhões de Campos de Arroz
Wat Chet Lin
Mais um templo que descobri andando pela cidade antiga. Aqui o que me chamou a atenção foi o seu lago, que ficou ainda mais bonito próximo do por do sol. No lago conseguimos observar peixes e tartarugas.
Horário de funcionamento é das 04:00 as 17:30 e a entrada é gratuita.
Night Bazaar
Para finalizar o primeiro dia, aproveitando que ainda estava com a scooter alugada, fui conferir o famoso Night Bazaar, que fica um pouco afastado da cidade antiga. Localizado na Changklan road, a rua inteira vira uma enorme feira a noite. Com diversos locais para comer, feirinhas de artesanato e os mais variados tipos de lojas para comprar aquele presente ou lembrancinha de Chiang Mai.
Achei curioso o fato de nenhuma barraquinha de comida vender bebidas, para isso tinha que ir em um mini mercadinho que se encontra dentro da feira e ir lá comprar a sua bebida.
Roteiro dia 2
Para o segundo dia fechei um tour para visitar alguns templos na cidade de Chiang Rai, a tribo das mulheres girafas e a tríplice fronteira entre Tailândia, Myanmar e Laos.
Templo branco
Era o templo que eu mais queria conhecer na Tailândia, tanto que minha ida para Chiang Rai se deu basicamente para conhecer esse templo. É definitivamente o templo mais bonito da Tailândia na minha opinião e valeu todo o esforço e tempo para chegar lá.
Apesar da sua fama mundial, ele é um templo basicamente turístico, sua arquitetura é bem diferente dos outros templos tailandeses, sendo mais uma obra de arte contemporânea. Sua construção foi iniciada no ano de 1997.
O branco no budismo representa o céu e para chegar lá, é preciso passar primeiro pelo inferno, que é representado logo no inicio da ponte. Uma curiosidade é que apenas duas mulheres estão representadas ali no inferno, pois segundo o budismo as mulheres pecam bem menos que os homens.
Templo azul
Depois do templo branco, seguimos para o templo azul. Seu nome oficial é Wat Rong Seur Ten, é um dos templos mais novos, foi inaugurado apenas no ano de 2016.
A cor azul com os detalhes em dourado deixam o templo ainda mais bonito. No seu interior as paredes são todas pintadas com desenhos bem detalhados além de outras diversas esculturas.
Museu Baandam
Mais conhecido como black house, aqui se encontram diversas construções e o obras de arte criadas pelo artista Thawan Duchanee, um dos mais famosos da Tailândia.
Tribo das mulheres girafa
As mulheres do pescoço comprido, mais conhecidas como mulheres girafas, são refugiadas do Myanmar. Elas vivem basicamente da visita de turistas e venda de artesanatos enquanto seus maridos continuam no Myanmar trabalhando.
Confesso que esperava ver bastante mulheres girafas no local, mas a vila tinha apenas umas 5 mulheres e mais algumas crianças.
Uma curiosidade para quem achava que o pescoço delas cresciam assim como eu com o uso das argolas. Na verdade, o que ocorre é os ombros serem empurrados para baixo, a estrutura do pescoço permanece intacta.
Golden triangle
Depois de mais de uma hora de viagem, chegamos na tríplice fronteira. Aqui conseguimos ver o rio que divide os países da Tailândia, Laos e Myanmar.
No local é possível fazer também passeio de barco, aonde o guia vai contando curiosidades da região, como por exemplo a ilha “No-Man”, uma ilhazinha que não pertence a nenhum dos países. Sem leis ou legislação aonde é “permitido” tráfego de drogas, assassinatos e tudo mais o que você imaginar.
Também é possível atravessar o rio e ir até os cassinos que tem no Laos. Local sofreu forte investimento dos chineses, na construção de diversos hotéis, resorts e cassinos, sendo conhecido hoje como “Laos” Vegas.
Depois do Golden triangle, retornamos para Chiang Mai numa longa viagem de 4h. O tour de um dia inteiro, já incluso todas as entradas, transporte e almoço custaram 1000 bahts. Somente o passeio de barco no rio tive que pagar 200 bahts a parte. Achei um bom preço considerando todos os locais visitados e a distância que percorremos.
Roteiro dia 3
Terceiro e ultimo dia na cidade, foi o dia de conhecer o santuário de elefantes. Eu estava um pouco receoso de qual lugar ir pois sempre ouvi relatos que muitos desses locais maltratam os elefantes.
Há diversos tipos de turismos com elefantes, geralmente os locais que você pode montar no elefante ou ver eles fazendo truques são os que maltratam eles. Acabei escolhendo o Chang Thai Heritage, o chamado pacote elephant care.
Lá aprendemos um pouco mais sobre elefantes em geral e a origem dos elefantes que se encontram no santuário – a maioria deles trabalhavam como animais de carga.
Dando comida e brincando com os elefantes
Antes de ter o primeiro contato com os elefantes, cortamos cana de açúcar em pequenas tiras para servir eles. Bem como fomos nos aproximando aos elefantes, eles já vieram correndo pra cima da gente, especialmente o filhote tentando tirar as tiras de cana dos nossos bolsos, no começo até deu um susto daquele animal grande correndo em nossa direção, mas depois foi só diversão. Depois de passar um tempo com eles ainda fomos buscar figos em uma figueira para eles.
Logo depois, aprendemos a fazer o “herbal ball” para ajudar na digestão do elefantes. É basicamente uma mistura de banana, remédio e cana de açúcar para disfarçar o gosto do remédio.
Spa de lama e banho de rio
Teve também o famoso spa de lama aonde damos banho de lama nos elefantes e novamente o filhote era o mais empolgado, ficava jogando lama para cima e sujando a gente toda hora, um barato!!
Por fim, fomos ao rio dar um banho nos elefantes, já que estavam todos sujos de lama. Quanto a roupa, não precisa se preocupar, já que eles mesmo as fornecem para usarmos todo o período que passamos com os elefantes. Finalizamos o passeio com um almoço, o tradicional Pad Thai, que por sinal foi um dos melhores que comi no país e olha que foi o prato que eu mais comi em toda minha viagem.
O passeio custou 1800 bahts, incluso o transporte e almoço. Definitivamente, foi um dos passeios mais caros de toda a viagem, entretanto, por toda a experiência valeu a pena. Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de ter contato direto e passar o dia com esses incríveis animais.
Então pessoal, esse ai foi o meu roteiro em Chiang Mai. A cidade realmente cumpre as expectativas e vale até mais que três dias do nosso roteiro para conhecer ela a fundo. Há outras diversas atrações para se visitar, entretanto, se assim como eu, você não dispõe de muito tempo em sua viagem, três dias são o suficiente para conhecer o essencial da cidade e região como foi o meu caso. Menos que isso, talvez seja melhor focar só na parte sul do país, pois Chiang Mai fica no extremo norte do país, bem longe da capital Bangkok, gastando assim muito tempo com deslocamentos.
Catarinense morando em Curitiba, formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela UTFPR e pós graduado em Gestão de Banco de Dados pela PUC-PR, que fez seu primeiro mochilão aos 24 anos, se apaixonou e nunca mais conseguiu parar.